sábado, 10 de dezembro de 2011

um filme - revolver - como acreditarmos em nós mesmos

tive de rever para me lembrar de tudo. não é um filme fácil e dá muito que pensar. não é snatch e muito menos lock stock and two smoking barrels mas é talvez aquela obra prima que todos os realizadores gostam de ter no curriculum. guy manteve os seus gansgters, encheu de acção  e diversão cor e imprevisibilidade e fez uma visão criativa de uma luta que todos travamos: ser verdadeiros para sermos nós.



é essencialmente a tentativa de eliminar o nosso ego ou pelo menos não acreditar em tudo o que ele  nos diz e o controlarmos e assumirmos as nossas capacidades porque faz-nos verdadeiros na nossa essência. não desistirmos de nós e fazer-mos algo e não ficarmos parados senão somos vegetais... 'lobotomize'

‘the greatest con, that he ever pulled was making you believe that he is you.’

‘there is something about yourself that you don't know. something that you will deny even exists until it's too late to do anything about it. it's the only reason you get up in the morning, the only reason you suffer the shitty boss, the blood, the sweat and the tears. this is because you want people to know how good, attractive, generous, funny, wild and clever you really are… please think i'm special… we're just monkeys wrapped in suits, begging for the approval of others.’

as personagens são as nossas possibilidades/capacidades/caracteristicas. o que faz de nós, nós. e umas são mais vincadas, outras não estão tão à mostra,  andam lado a lado com outras... é como o mapa genético da alma. neste caso de jake.
todas as cenas e personagens são metáforas. as alianças, razões e lutas trocadas entre eles são para chegar às conclusões necessárias para saber quem é, acreditar nele próprio e eliminar o que não presta.

jack green - verde= ambição, esperança, aurea... -  eu iria mais longe e diria que é a alma (ou então é também uma capacidade). é quem ele quer melhorar e macha  - azul = poder, depressão... quem ele ouve, quem está em controle - '... a bussines like my bussines' (o que ele mostra ser) e o culpado de estar na prisão.

o elevador é a indicação que ele odeia estar preso e querer mudar. ele não quer entar na 'prisão'.
a queda nas escadas é o ponto do agora ou nunca (ou então é porque ele está prestes a sair da prisão e tem de mudar ou volta ao mesmo. porque ele ainda está preso mas não consigo encontar nenhuma prova disto, apenas o que avi diz) se não é tarde demais para mudar porque existem a ganância e a tentação; o seu maior e verdadeiro inimigo (brilhantemente) chamado de gold, o ego, quem macha ouve e sempre quiz ouvir e gold está prestes a assumir e tramar jake. avi e o fat guy – ‘they steped on mr. golds toes and even he wont mess with them’ – são as capacidades  inteligente e esperto (chess and con) a vir ao de cima. a quem ele recorre 'you only get smarter by plying a smarter opponent', ele bate-se (pensa) com eles com as suas certezas e incertezas e com o que pensa que sabe e as suas confusões para que faça sentido e querer ser verdadeiro e não apenas um ego. o facto de o privarem do dinheiro é para lhe tirar o que ele (não) precisa. eles são o último recurso porque a inteligência e a esperteza eliminam o lado fútil. ele 'conheceu-os' na prisão, onde tem tempo para pensar.

o dinheiro que ele dá é o sacrificio da boa vida que ele sabe que tem que perder; a vida boa que macha leva. eles são o oposto um do outro. macha vive bem, é 'luxuoso', cuida do físico, vaidoso... jack... tem aquele aspecto. jack enfrenta macha, tirando-lhe dinheiro, humilha-o fá-lo pensar que está a ganhar dando-lhe peças e por ai fora, para lhe mostrar que ele é fraco, que é só aparência por dentro e por fora, que o consegue enganar, que ele não é assim tão inteligente (até foi parar à prisão), que é descontrolado, sem requinte e que nunca há-de chegar a ser gold (por isso o negócio com gold corre mal e esta é a única oportunidade de macha evoluir ou então é apenas um fraco) mas sempre com medo. e esse medo ele tem que o perder. assim que entra no elevador depois de enfrentar macha no seu quarto é o momento em que o perde e está (quase) pronto.

lord john é um outro gangster que ele pode se transformar se se perder na busca das suas respostas cheio de raiva; vermelho.
o indicador da evolução da guerra, de quem está a vencer é sorter, que parece ser a lógica e/ou integridade - 'sorter never fucking misses'  - 'i´m not sure if i pay you to have fellings' que faz sempre o que é certo; não matar crianças, a inocência de jack; branco.
e por ai fora...

it´s all in his head. he's one fuck up lad...

isto é apenas uma linha de reciocínio. o filme é bem mais complexo e profundo...

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